quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

ATA - Reunião Geral, 30 de julho de 2015

Fórum de Artes Negras e Periféricas
Reunião Geral – São Paulo, 30 de Julho de 2015
Local: Ponto de Cultura Afrobase

Grupos, Coletivos e Cias presentes:
Back Spin Crew
Ballet Afro Koteban
Cia Treme Terra
Cia Pátio Heliópolis
Cia Sansacroma
Coletivo Válvula
Comunidade Cultural Quilombaque
Com[som]antes
Conselho Municipal de Cultura de Diadema
Daniel Marques da Silva
Fernando M. C. Ferraz
Grupo Cupuaçu
Grupo de Capoeira Cruzeiro do Sul
Grupo Ewé
Herdeiras de Aqualtune
Levante Mulher
Linha Cruzada Cia de dança
Ocupação Cultural Casarão
Ong Sonho de Criança
Rede Brasil de Danças Urbanas
Ritmos de Rua
Sampa Masters
Street Breacker’s
Thiago Negraxa
Visível Núcleo de Criação

Pauta:
  1. Levantamento de propostas para alterações da Lei Nº 14.071 de Fomento à Dança;
  2. Estratégias para incluir os membros representativos do Movimento da FANP na Comissão Julgadora;
  3. Criação de uma Comissão de Auxílio para escrita de projeto à grupos, cias e coletivos interessados em participar do 19ª Ed. do edital de Fomento à Dança. 

1ª Pauta:

Foi feita a leitura da Lei de Fomento a Dança da Cidade de São Paulo e levantado alguns tópicos que poderiam ser modificados com intuito de Ampliar e Democratizar o acesso ao Programa para Cias, Grupos e Coletivos que possuem outras temáticas, poéticas, estéticas, vocabulários, estilos/pensamentos e metodologia de trabalho, que se encontram fora do RECORTE dimensionado pelo então edital.

2ª Pauta:

Os membros da FANP foram informados por representantes da SMC que não poderá compor as entidades representativas da Dança por não compreender o Período mínimo de existência de dois anos.
Foi decidido o FANP procuraria uma entidade representativa da dança apta para receber a proposta de composição da comissão julgadora indicada no último Fórum.
Foi discutido a importância de auxiliar novas companhias, grupos e coletivos para inscrever seus projetos, com intuito de tentar garantir maior números de votos para a escolha da composição da comissão julgadora.

3ª Pauta:

Os membros disponíveis irão auxiliar a escrita de projetos através de conversas online;
A lista deverá ser publicada no grupo do facebook, para disponibilizar o acesso aos grupos interessados.
Uma estratégia para facilitar a escrita dos projetos é utilizar, como base, projetos que já estejam em andamento, auxiliando no seu processo de reelaboração.
Fazer levantamento de Pessoas Jurídicas que possam colaborar com a representação do CNPJ dos grupos interessados em enviar os projetos.
Apesar de “Negraxa, Gal Martins e Kleber Lourenço” terem se disponibilizado para auxiliar na escrita do projeto, eles são membros capazes de compor a atual Comissão Julgadora. Portanto, o Movimento compreende que os membros supracitados não poderão auxiliar neste processo, para não agirmos com antiética.
Membros disponíveis para auxiliar na escrita de projetos para os grupos interessados em competir no 19º edital de Fomento à Dança: Andrus Santana, Fernando Ferraz, João Nascimento, Lucas T. Marchezin, Renato Alves e Lucila Poppi.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

REVISTA BLACKFACE PRODUZIDA COM VERBA PÚBLICA DO FOMENTO À DANÇA

Revista "Murro em Ponta de Faca" utiliza-se do recurso BLACKFACE para satirizar a luta do Movimento Negro no Brasil, fazendo uma crítica direta a conquista do EDITAL PRÊMIO FUNARTE DE ARTE NEGRA de 2013. Neste contexto, o mecanismo tradicional racista denominado Blackface foi utilizado por Sandro Borelli (Presidente da Cooperativa Paulista de Dança) e sua equipe editorial para ridicularizar os negros e suas conquistas no âmbito das Políticas Públicas.

Diante de uma capa super tendenciosa e parcial, algo comparável apenas com a Revista VEJA, o leitor nem precisaria ler o conteúdo interno para saber o posicionamento da revista em relação ao tema apresentado. Além de desqualificar a capacidade intelectual e auto-crítica do leitor, nesta edição, a revista se apropria de um tradicional recurso apelativo de manipulação, a partir de um julgamento fechado arraigado no preconceito etnico-racial. Como se não bastasse, com tom de ironia, a revista utiliza-se da representação esdrúxula de um artista branco pintado de preto e peruca (fazendo menção ao cabelo crespo), lábios contraídos forçosamente com a intenção de remeter ao beiço do negro e uma placa na mão dizendo "Quero Meu Edital!". Com humor sarcástico, o personagem esteriotipado se caracteriza deste jeito com a intenção de deslegitimar e inferiorizar os afro-descendentes, a partir dos seus fenótipos negros produzidos, colocando-os na condição de "vitimismo" e "coitados", já que reivindicam um edital específico para as artes de matrizes africanas. Tal posicionamento político adotado pela revista, simbolicamente também remete ao pensamento liberal e conservador, utilizando-se do convencional argumento contra as cotas raciais, baseado no antigo discurso da MERITOCRACIA, onde "vencem os melhores e mais preparados" na jaula dos leões famintos.

Percebe-se que nesta ocasião, a "classe da dança" representada em suma pela Cooperativa Paulista de Dança (na condição de apoiadora da revista), bem como, através de uma carta publicada na internet, se posicionou definitivamente contra o primeiro edital para artistas negros, sem ao menos compreender o quanto o edital simbolicamente estaria representando as conquistas e avanços deste movimento.

Porém, posteriormente essa história se apresenta de maneira ainda mais contraditória, quando começamos a ligar os pontos de argumentação da trama. Momento em que o Fórum de Artes Negras e Periféricas reivindica a Popularização e Democratização do acesso ao Fomento a Dança da Cidade de São Paulo para Companhias e coletivos das Danças Negras, Afro, Populares e Urbanas (Hip-Hop), e outras definições de estilos excluídas no Programa.

Referindo-se ainda ao Fomento a Dança da Cidade de São Paulo, com a pretenção de manter os privilégios, fomos obrigados a escutar destes mesmos representantes que um dia colocaram-se contra o edital Nacional da Funarte específico para artistas negros, os seguintes dizeres: Respeitem a nossa luta, respeitem o nosso edital, CRIEM O EDITAL DE VOCÊS!

Imagina só, a criação de um Programa específico para cada estilo/pensamento de dança na cidade de São Paulo. Além de contraditório, isso não seria assumir declaradamente que vivemos então um APARTHEID RACIAL NA CULTURA? Já que todo mundo sabe que o termo "dança contemporânea" ainda esta atrelado a uma história da arte, baseada a uma cronologia de "evolução" eurocêntrica iluminista, que geralmente não reconhecem e compreendem a dança contemporânea diante da pluralidade corporal de identidade negra com vocabulários de movimentações afro-brasileiras, bem como da “Cultura de Rua” denominada hip-hop.

Vale ressaltar que a publicação desta revista integra o projeto "Artista da Fome", contemplado pela 13ª Edição do Programa de Fomento à Dança / 2012. Mesmo produzindo um material racista com verba pública, a companhia Carne Agonizante de Borelli voltou a ser contemplada no Fomento a Dança da Cidade de São Paulo após esse episódio, possui um histórico de 100% de aprovação no período de 10 anos de existência do programa, com 7 projetos enviados, onde foram contemplados todas as 7 vezes.



Créditos da Revista
Realização: Programa de Fomento a Dança e Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo
Apoio: Kasulo e Cooperativa Paulista de Dança
Produção: Dionísio

CONSELHO EDITORIAL
Gustavo Domingues
Márcia Marques
Sandro Borelli

A Revista On-line continua disponível no Site da Cia Carne Agonizante:
http://www.ciacarneagonizante.com.br/sis/pageflip/id-411/murro_em_ponta_de_faca__07

ATA - REUNIÃO GERAL no Dia 06 de Junho de 2015


Fórum de Artes Negras e Periféricas
Reunião Geral - São Paulo, 06 de Junho de 2015
Local: Ponto de Cultura Afrobase

Grupos, Coletivos, Cias e Artistas presentes:
Back Spin Crew
Cia Treme Terra
Comunidade Cultural Quilombaque
Grupo Cupuaçu
Grupo de Capoeira Cruzeiro do Sul
Grupo Ewé
Cia Brasílica
TF Style Cia de Dança
Linha Cruzada Cia de dança
Núcleo Pé de Zamba
Saloma Sallomão
Thiago Negraxa


Novos membros que assinarão a Carta Aberta:
Núcleo Pé de Zamba
Thiago Negraxa
Grupo Ewé

1º Pauta – Indicação dos membros para compor a futura Comissão Julgadora do 19º Fomento à Dança

Nomes indicados:

Membros escolhidos pelo Fórum:

Celso Alencar
Fernando Ferraz
Kanzelumuka
Carol Rocha Ewaci (Capulanas)
Débora Marçal
Luciane Ramos
Sidinei Santiago (Os Crespos)
Thiago Negraxa
Rui Moreira
Vera Oliveira
Saloma Sallomão
Evandro Passos
Evani Tavares
André Elgênio
Fernando Ferraz (Por conta da viagem do Fernando para o Estados Unidos, decidiu-se em escolher a Débora Marçal da Capulanas para indicação).
Saloma Sallomão
Thiago Negraxa


Critérios para a escolha dos indicados:

Ø  Possuir repertórios sobre a produção de Arte Negra e Periférica dentro da cidade de São Paulo;
Ø  Ter representação/atuação nas escolhas políticas dentro da área de Cultura Negra e Periférica;
Ø  Possuir conhecimento sobre dança (teórico e/ou prático);
Ø  Estar vinculado às discussões e reuniões do Fórum de Artes Negras e Periféricas;
Ø  Ter assinado a carta aberta;
Ø  Não ter relação com nenhum grupo que possa concorrer ao Fomento ou vir a integrar o projeto enviado através de futuros trabalhos;
Ø  Haver uma diversidade nos indicados, ex.: mulheres, acadêmicos e artistas não acadêmicos;

2ª Pauta – Levantamento e sugestões de espaços para o circuito de Orientações via SMC para a escrita do edital de Fomento à Dança em regiões descentralizadas do município de São Paulo.

Sul

Ponto de Cultura Galpão Humbalada (Sul 3)
Espaço Cultural CITA (Sul 2)
Acervo Afro (Sul 1)

Oeste

Ponto de Cultura Afrobase

Leste

Centro Cultural da Penha (Leste 1)
Instituto Nova União da Arte (NUA): (Leste 2)
Centro Cultural Tiradentes (Leste 3)

 

Norte

Centro Cultural da Juventude

Noroeste

Comunidade Cultural Quilombaque

3ª Pauta – Sugestão da criação de um “Seminário de Artes Negras, Periféricas, Urbanas e Populares”


O seminário consistiria em um encontro de grupos, pesquisadores e mestres deste segmento artístico, discutindo suas experiências, propondo vivências artísticas e fazendo apresentações.
O evento resultaria em um registro em vídeo, publicações a respeito das atividades que integram o evento e a edição de um livro.
        Ø  Propor uma reunião com pauta para a organização deste Seminário;


Discussões finais acerca do Movimento e sua atuação

O Fórum de Arte Negra e Periféricas (FANP) compreende-se como um espaço de discussão artística em relação dos fazedores da arte com o âmbito político-estatal. Seu interesse está em buscar ações que alterem o atual panorama das políticas públicas ligadas à cultura no município de São Paulo, bem como em esfera estadual e nacional, visando uma construção compartilhada de leis e planos de governo que contemplem as faixas não assistidas de seus direitos culturais. Todavia, é válido apontar que, neste momento, o Movimento está focado em ações de curto e médio prazo voltadas à linguagem da dança, especificamente o Programa Municipal de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo, com o objetivo de conquistar a DEMOCRATIZAÇÃO e POPULARIZAÇÃO do acesso ao recurso público através do reconhecimento e inclusão dos fazeres artísticos de matrizes Negra, Periférica e Popular.
Em suas reivindicações em curto prazo estão:
Ø  Implementação de processos de orientações para a escrita do edital de Fomento à Dança em regiões descentralizadas do município de São Paulo;
Ø  Diversificação da Comissão Julgadora indicada pela Secretaria Municipal de Cultura, com o objetivo de ampliar a gama de conhecimento dos avaliadores sobre outras técnicas, poéticas, estilos e fazeres da dança de modo realmente democrático; e
Ø  Arranjar estratégias para que os Membros indicados pelo FANP possam compor a Comissão Julgadora.
Em suas reivindicações em longo prazo estão:
Ø  Proposição de emendas à Lei de número 14.071 de Fomento à Dança (PL).

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

SINOPSE - FÓRUM DE ARTES NEGRAS E PERIFÉRICAS


No início de 2015, diversos coletivos da cidade de São Paulo se reúnem para criar o Fórum de Artes Negras e Periféricas com o propósito de fortalecer e articular a rede de artistas da periferia e discutir políticas públicas para as artes negras. A primeira ação oficial do Fórum é a Carta Aberta assinada por mais de 60 artistas, grupos e organizações reivindicando a Democratização e Popularização do Programa de Fomento a Dança da Cidade de São Paulo. A mobilização do Fórum ganhou repercursão nacional, tendo a carta lida em reunião setorial de Dança em Brasília na presença do Ministro da Cultura Juca Ferreira, o qual destacou publicamente a importância dessa reivnidicação em diversos meios de comunicação difundidos pelo governo federal. O movimento ganhou força articulando uma importante Audiência Pública na Câmara Municipal de São Paulo mediada pelo Vereador Toninho Vespoli para discutir a Ampliação da Lei de Fomento a Dança na cidade, que contou com a presença de Salloma Salomão, Fernando Ferraz, Maria Isabel (representante da Secretaria Municipal de Cultura) e João Nascimento.

A ação do Fórum de Artes Negras vem despertando diversas reflexões sobre poéticas, vocabulários, estéticas e temáticas negras no Brasil, desencadeando o surgimento de outros Fóruns de Dança na cidade de São Paulo, bem como, a promoção de outras mesas, encontros e palestras para discutir a dança contemporânea, políticas públicas culturais e a Lei de Fomento da Dança da Cidade de São Paulo.

Embora o Fórum tenha surgido oficialmente no início de 2015, o tema já vem sendo discutido há pelo menos 3 anos antes por alguns grupos de dança da cidade. Em parceria com outros artistas paulistanos, em novembro de 2013, a Cia Treme Terra promoveu no Ponto de Cultura Afrobase uma mesa de debate sobre “Arte Negra Contemporânea” que contou com a presença de Clyde Morgan, Firmino Pitanga, Salloma Salomão, Paulo Dias, Gal Martins e João Nascimento, integrando a programação do evento Quebrada Cultural da Zona Oeste. Em 2014, a Cia promoveu outro encontro para debater a “Dança Negra Contemporânea e Pulíticas Públicas” que aconteceu na Sala Paissandú e contou com a presença de Edileusa Santos, Carmen Luz, Fernando Ferraz, Tata Nzinga e Firmino Pitanga.

Embora neste momento o Fórum esteja empenhado veemente na discussão de ampliação da Lei de Fomento a Dança na Cidade de São Paulo, vale ressaltar, que o Fórum é uma ferramenta criada para discutir assuntos das mais diversas vertentes e linguagens das artes, não restringindo-se apenas ao setor da dança, compreendendo a complexidade e pluralidade de artistas, grupos, coletivos, companhias e instituições que participam das reuniões do Fórum de Artes Negras e Periféricas.