terça-feira, 14 de março de 2017

Carta de repúdio à reformulação do edital de Fomento à Dança

O Fórum de Artes Negras e Periféricas se coloca atento aos meandros que surgem dos escritos da reformulação da 22ª edição do edital do Programa Municipal de  Fomento à Dança da cidade de São Paulo, pois este, em suas linhas, aponta a um sucateamento camuflado por um discurso de “Democratização”. Este gesto representa um grande retrocesso à história das Políticas Públicas de Cultura, descaracterizando fundamentalmente as premissas atreladas à importância da Pesquisa Continuada em Dança, bem como, potencializando o desmanche da cultura e da produção de conhecimento na arte. Assim sendo, dá curso a uma política de extermínio da produção cultural paulistana, seguida por um projeto grotesco de silenciamento e desmobilização dos artistas dos diversos segmentos, linguagens e territórios.

Diante dos últimos acontecimentos relacionados às mudanças do Fomento à Dança, compreendemos que o SUCATEAMENTO DO EDITAL se manifesta através da diminuição do tempo de duração de cada projeto, da redução de valores, da subordinação da criação e produção artística, das exigências técnicas exorbitantes, do contrato jurídico abusivo entre artista e governo, do controle/censura do Estado sobre o processo artístico, da impossibilidade de propiciar a manutenção de companhias independentes, das exigências burocráticas que dificultam a participação dos grupos/núcleos artísticos e da restrição à liberdade de criação que desrespeita as características e configurações específicas de cada grupo.

Importante ressaltar que as alterações que julgamos necessárias para a ampliação do Programa foram protocoladas na Câmara Municipal de São Paulo, através do PL 648/2015, que foi discutido exaustivamente desde a criação do Fórum.

Desta forma, não concordamos com o cancelamento do Programa seguido pela violenta mudança do edital de Fomento à Dança. Desde o início de 2015, quando o movimento do FANP foi criado, nosso posicionamento sempre foi de evidenciar os problemas relacionados ao acesso de grupos/núcleos artísticos que trabalham com as danças de matrizes negras, populares e periféricas, identificando a importância de retirar conceitos que excluem outros modos de pensamentos e produções em danças não-hegemônicas. Sendo assim, sempre fizemos questão de tornar pública essa pauta, bem como a importância da continuidade e a ampliação do Programa, sem que isso fizesse perder a sua essência.
Portanto nos últimos tempos, este Fórum tem sido um dos propositores para a reavaliação da composição das Comissões Julgadoras, pressionando o antigo e atual poder executivo pela presença de membros que possuem experiências, vivências e pesquisas em danças de matrizes africanas, populares e periféricas, com a intenção de abarcar a diversidade cultural das produções de dança no território. Embora ainda se processe de maneira tímida, consideramos que essas ações foram fundamentais para a contemplação de novos grupos/núcleos artísticos das periferias nas últimas 04 edições do Programa.
Nos colocamos de modo contundente contra a reformulação do edital expresso na 22ª edição, publicada no dia 14 de Março de 2017, no Diário Oficial da Cidade de São Paulo. A atual reedição fere muitos princípios conceituais, estruturais e de produção artística discutidas no Fórum, sendo contrária a nossa principal pauta de Democratização e Popularização buscada através do PL 648/2015. É preciso evidenciar que o Fórum não se configura como um movimento partidário, as lutas travadas visam uma melhoria em âmbito mais amplo e permanente, buscando ultrapassar as alterações de gestão de governo.
Consideramos fundamental explicitar as últimas ações do Fórum junto ao atual governo. Em fevereiro deste ano, protocolamos uma Carta que, fundamentalmente, questiona a composição da Comissão Julgadora do Fomento à Dança e o alargamento sobre o conceito de “Contemporâneo”, ação também realizada na gestão anterior. (http://artesnegraseperifericas.blogspot.com.br/2017/03/carta-protocolada-na-secretaria.html) 
Esta carta é baseada no documento publicado pelo Fórum em Maio de 2015, sob o título de “Carta Aberta Para a Democratização e Popularização do Acesso ao Programa Municipal de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo para Grupos, Companhias e Coletivos que trabalham com vocabulários e temáticas das culturas negras e periféricas”. Vale lembrar, que na época este documento foi assinado por diversos grupos/núcleos artísticos, artistas independentes e instituições vinculadas ao Movimento Negro e Social.
Diante da atual conjuntura política de extermínio, sucateamento e privatização da cultura, também formamos côro junto ao movimento de descongelamento de 43,5% da verba destinada à Cultura no município de São Paulo. Esta não é uma atitude isolada, lembrando que acompanhamos as contínuas reuniões de Consultoria Pública e Setorial na Câmara Municipal dos Deputados no final do ano passado. Nossas reivindicações se centravam de maneira contundente a favor da ampliação da verba destinada à Cultura de 2% do orçamento total, sendo 50% dessa verba repassada para as ações culturais na periferia.

Carta Protocolada na Secretaria Municipal de Cultura

São Paulo, 10 de fevereiro de 2017.
A/C Sr. André Sturm (Secretário Municipal de Cultura de São Paulo)
Assunto: Comissão de Seleção do Edital de Fomento à Dança da Cidade de São Paulo

O Fórum de Artes Negras e Periféricas vem por meio desta chamar atenção para a importância da inclusão da perspectiva cultural marcada pela diversidade no PROGRAMA DE FOMENTO À DANÇA da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Uma ferramenta pública fundamental que, segundo o Artigo 1º da Lei deste edital, surge com a finalidade de “apoiar a manutenção e o desenvolvimento de projetos de trabalho continuado em dança contemporânea; fortalecer e difundir a produção artística da dança independente; garantir melhor o acesso da população à dança contemporânea; e fortalecer ações que tenham o compromisso de promover a diversidade dos bens culturais”.

Diante desses critérios, gostaríamos de abrir uma reflexão importante sobre a interpretação de conceitos que indiretamente propiciam o cerceamento da participação de grupos, companhias e coletivos que possuem o enfoque na cultura brasileira, a partir das matrizes africanas e periféricas, que de maneira equivocada, geralmente não são vistos neste contexto como grupos CONTEMPORÂNEOS, sob o olhar crítico da grande maioria que compõe a banca de curadores nas edições do programa em questão.

Por tanto, desde a primeira edição, nota-se que a apreciação dos projetos é realizada por uma equipe que, em sua maioria, desconhece os referenciais estéticos e poéticos sobre as Culturas Negras e Periféricas, comprometendo a sua capacidade avaliativa sobre essas formas de dança, já que seu exame é realizado a partir de quadros de referência eurocentrados e/ou euro-estadunidense. Tais recursos de avaliação referem-se, principalmente ao pensamento hegemônico reproduzido nas maiorias das universidades, escolas e academias de dança convencionais, que geralmente não incluem, reconhecem e compreendem a dança contemporânea diante de um corpo de identidade negra com vocabulários de movimentações afro-brasileiras, bem como da “Cultura de Rua” denominada hip-hop.

Na tentativa de deslegitimar essas diversas formas de expressão, o caráter de contemporâneo mantém-se vinculado ao antigo mecanismo de exclusão que remete, em última instância, ao período colonial. Ignora então, o caráter histórico das tradições culturais oriundas de diversas etnias que migraram da África para o Brasil, bem como a presença cultural das comunidades indígenas, desconsiderando o fato de que elas conviveram e convivem com a mesma força criativa que a cultura de matriz europeia, tão valorizada dentro das instituições de ensino formal.

Conforme o edital, no item 1.2.: “Entende-se por dança contemporânea um modo de produção artística que envolve investigação, pesquisa e criação, não diretamente relacionadas a critérios biográficos de artistas ou categorização da obra por estilo, conteúdo ou técnicas”. Aí nos deparamos com outra armadilha institucional para justificar a exclusão destes grupos de Dança Negra Contemporânea, bem como as danças periféricas, que são deslegitimados pela banca de maioria acadêmicos, que geralmente definem nossos trabalhos como “grupos folclóricos e/ou tradicionais, reprodutores de coreografias que não possuem investigações, pesquisas e criações no processo de montagem de um espetáculo”.

Sendo assim, o Fórum de Artes Negras e Periféricas reivindica a DEMOCRATIZAÇÃO E POPULARIZAÇÃO do acesso ao Programa de Fomento a Dança, através de uma comissão de seleção com um olhar mais abrangente, bem como, indicada por instituições, organizações e fóruns representativos que discutem as artes negras, periféricas e populares na cidade de São Paulo. No entanto, devido aos nomes indicados na última edição percebemos a necessidade de rever os mecanismos de composição da comissão ampliando o convite de maneira pública para que outros movimentos e entidades possam apresentar nomes para compor o quadro de curadores.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

O QUE MUDA NA LEI DE FOMENTO A DANÇA?

SÍNTESE SOBRE O QUE MUDA NA LEI DE FOMENTO A DANÇA PARA A CIDADE DE SÃO PAULO


  1. Retira a especificidade do fomento à Dança Contemporânea e amplia o programa para Projetos de trabalho continuado de PESQUISA EM DANÇA. A ideia passa a contemplar todas as matrizes de dança que envolvam pesquisa de linguagem;
  1. Ressalta a relevância em DESCENTRALIZAR a produção de dança ao incluir a “dança independente que acontece nas diversas regiões da cidade”;
  1. Destaca a importância de contemplar a “PLURALIDADE DE MATRIZES étnicas/culturais, estéticas, poéticas, vocabulários e temáticas, que podem nortear o trabalho de criação e produção em dança”.
  1. Amplia o conceito de pesquisa para as práticas de “linguagem cênica coreográfica, de dramaturgia em dança e de modos de produção/organização”,  e retira a necessidade de pesquisa de PARÂMETROS CORPORAIS PRÓPRIOS. Essa definição é muito genérica e subjetiva, além de exclusora, quando atrelada a idéia de “dança contemporânea”.
  1. Inclui a possibilidade de DOTAÇÃO ORÇAMENTARIA PRÓPRIA de R$ 8.000.000,00 (oito milhões de reais) e com correção monetária anual. O que garante um piso de verba fixa constante e crescente para a aplicação da Lei.
  1. Os núcleos artísticos inscritos serão considerados INDEPENDENTE DA TRAJETÓRIA ARTÍSTICA INDIVIDUAL DE SEUS INTEGRANTES. Impedindo a contemplação de núcleos com menos de 3 anos para concorrer ao edital respaldados em um currículo pessoal.
  1. Impede que nenhum membro da Comissão Julgadora possa compor o núcleo artístico de projetos que estejam em fase de execução no Programa. Essa mudança garante a maior idoneidade da banca e diminui a troca de favores entre artistas.
  1. A composição da Comissão Julgadora indicada pela SMC deve COMPREENDER A DIVERSIDADE DE MATRIZES DE DANÇA.
  1. CADA PROPONENTE PODERÁ VOTAR EM 01 NOME para compor a Comissão Julgadora ao invés de votar em 03 nomes, evitando o caráter de “Chapa Fechada”.
  1. Restringe a seleção de um mesmo núcleo artístico para UMA VEZ CONSECUTIVA (máximo de 4 anos), podendo realizar novas inscrições após a decorrência de 01 edição (6 meses) sem se inscrever. O recesso distribui a verba de modo democrático e possibilita maior ampliação do número de novos núcleos artísticos contemplados.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

ATA - Reunião Geral, 30 de julho de 2015

Fórum de Artes Negras e Periféricas
Reunião Geral – São Paulo, 30 de Julho de 2015
Local: Ponto de Cultura Afrobase

Grupos, Coletivos e Cias presentes:
Back Spin Crew
Ballet Afro Koteban
Cia Treme Terra
Cia Pátio Heliópolis
Cia Sansacroma
Coletivo Válvula
Comunidade Cultural Quilombaque
Com[som]antes
Conselho Municipal de Cultura de Diadema
Daniel Marques da Silva
Fernando M. C. Ferraz
Grupo Cupuaçu
Grupo de Capoeira Cruzeiro do Sul
Grupo Ewé
Herdeiras de Aqualtune
Levante Mulher
Linha Cruzada Cia de dança
Ocupação Cultural Casarão
Ong Sonho de Criança
Rede Brasil de Danças Urbanas
Ritmos de Rua
Sampa Masters
Street Breacker’s
Thiago Negraxa
Visível Núcleo de Criação

Pauta:
  1. Levantamento de propostas para alterações da Lei Nº 14.071 de Fomento à Dança;
  2. Estratégias para incluir os membros representativos do Movimento da FANP na Comissão Julgadora;
  3. Criação de uma Comissão de Auxílio para escrita de projeto à grupos, cias e coletivos interessados em participar do 19ª Ed. do edital de Fomento à Dança. 

1ª Pauta:

Foi feita a leitura da Lei de Fomento a Dança da Cidade de São Paulo e levantado alguns tópicos que poderiam ser modificados com intuito de Ampliar e Democratizar o acesso ao Programa para Cias, Grupos e Coletivos que possuem outras temáticas, poéticas, estéticas, vocabulários, estilos/pensamentos e metodologia de trabalho, que se encontram fora do RECORTE dimensionado pelo então edital.

2ª Pauta:

Os membros da FANP foram informados por representantes da SMC que não poderá compor as entidades representativas da Dança por não compreender o Período mínimo de existência de dois anos.
Foi decidido o FANP procuraria uma entidade representativa da dança apta para receber a proposta de composição da comissão julgadora indicada no último Fórum.
Foi discutido a importância de auxiliar novas companhias, grupos e coletivos para inscrever seus projetos, com intuito de tentar garantir maior números de votos para a escolha da composição da comissão julgadora.

3ª Pauta:

Os membros disponíveis irão auxiliar a escrita de projetos através de conversas online;
A lista deverá ser publicada no grupo do facebook, para disponibilizar o acesso aos grupos interessados.
Uma estratégia para facilitar a escrita dos projetos é utilizar, como base, projetos que já estejam em andamento, auxiliando no seu processo de reelaboração.
Fazer levantamento de Pessoas Jurídicas que possam colaborar com a representação do CNPJ dos grupos interessados em enviar os projetos.
Apesar de “Negraxa, Gal Martins e Kleber Lourenço” terem se disponibilizado para auxiliar na escrita do projeto, eles são membros capazes de compor a atual Comissão Julgadora. Portanto, o Movimento compreende que os membros supracitados não poderão auxiliar neste processo, para não agirmos com antiética.
Membros disponíveis para auxiliar na escrita de projetos para os grupos interessados em competir no 19º edital de Fomento à Dança: Andrus Santana, Fernando Ferraz, João Nascimento, Lucas T. Marchezin, Renato Alves e Lucila Poppi.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

REVISTA BLACKFACE PRODUZIDA COM VERBA PÚBLICA DO FOMENTO À DANÇA

Revista "Murro em Ponta de Faca" utiliza-se do recurso BLACKFACE para satirizar a luta do Movimento Negro no Brasil, fazendo uma crítica direta a conquista do EDITAL PRÊMIO FUNARTE DE ARTE NEGRA de 2013. Neste contexto, o mecanismo tradicional racista denominado Blackface foi utilizado por Sandro Borelli (Presidente da Cooperativa Paulista de Dança) e sua equipe editorial para ridicularizar os negros e suas conquistas no âmbito das Políticas Públicas.

Diante de uma capa super tendenciosa e parcial, algo comparável apenas com a Revista VEJA, o leitor nem precisaria ler o conteúdo interno para saber o posicionamento da revista em relação ao tema apresentado. Além de desqualificar a capacidade intelectual e auto-crítica do leitor, nesta edição, a revista se apropria de um tradicional recurso apelativo de manipulação, a partir de um julgamento fechado arraigado no preconceito etnico-racial. Como se não bastasse, com tom de ironia, a revista utiliza-se da representação esdrúxula de um artista branco pintado de preto e peruca (fazendo menção ao cabelo crespo), lábios contraídos forçosamente com a intenção de remeter ao beiço do negro e uma placa na mão dizendo "Quero Meu Edital!". Com humor sarcástico, o personagem esteriotipado se caracteriza deste jeito com a intenção de deslegitimar e inferiorizar os afro-descendentes, a partir dos seus fenótipos negros produzidos, colocando-os na condição de "vitimismo" e "coitados", já que reivindicam um edital específico para as artes de matrizes africanas. Tal posicionamento político adotado pela revista, simbolicamente também remete ao pensamento liberal e conservador, utilizando-se do convencional argumento contra as cotas raciais, baseado no antigo discurso da MERITOCRACIA, onde "vencem os melhores e mais preparados" na jaula dos leões famintos.

Percebe-se que nesta ocasião, a "classe da dança" representada em suma pela Cooperativa Paulista de Dança (na condição de apoiadora da revista), bem como, através de uma carta publicada na internet, se posicionou definitivamente contra o primeiro edital para artistas negros, sem ao menos compreender o quanto o edital simbolicamente estaria representando as conquistas e avanços deste movimento.

Porém, posteriormente essa história se apresenta de maneira ainda mais contraditória, quando começamos a ligar os pontos de argumentação da trama. Momento em que o Fórum de Artes Negras e Periféricas reivindica a Popularização e Democratização do acesso ao Fomento a Dança da Cidade de São Paulo para Companhias e coletivos das Danças Negras, Afro, Populares e Urbanas (Hip-Hop), e outras definições de estilos excluídas no Programa.

Referindo-se ainda ao Fomento a Dança da Cidade de São Paulo, com a pretenção de manter os privilégios, fomos obrigados a escutar destes mesmos representantes que um dia colocaram-se contra o edital Nacional da Funarte específico para artistas negros, os seguintes dizeres: Respeitem a nossa luta, respeitem o nosso edital, CRIEM O EDITAL DE VOCÊS!

Imagina só, a criação de um Programa específico para cada estilo/pensamento de dança na cidade de São Paulo. Além de contraditório, isso não seria assumir declaradamente que vivemos então um APARTHEID RACIAL NA CULTURA? Já que todo mundo sabe que o termo "dança contemporânea" ainda esta atrelado a uma história da arte, baseada a uma cronologia de "evolução" eurocêntrica iluminista, que geralmente não reconhecem e compreendem a dança contemporânea diante da pluralidade corporal de identidade negra com vocabulários de movimentações afro-brasileiras, bem como da “Cultura de Rua” denominada hip-hop.

Vale ressaltar que a publicação desta revista integra o projeto "Artista da Fome", contemplado pela 13ª Edição do Programa de Fomento à Dança / 2012. Mesmo produzindo um material racista com verba pública, a companhia Carne Agonizante de Borelli voltou a ser contemplada no Fomento a Dança da Cidade de São Paulo após esse episódio, possui um histórico de 100% de aprovação no período de 10 anos de existência do programa, com 7 projetos enviados, onde foram contemplados todas as 7 vezes.



Créditos da Revista
Realização: Programa de Fomento a Dança e Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo
Apoio: Kasulo e Cooperativa Paulista de Dança
Produção: Dionísio

CONSELHO EDITORIAL
Gustavo Domingues
Márcia Marques
Sandro Borelli

A Revista On-line continua disponível no Site da Cia Carne Agonizante:
http://www.ciacarneagonizante.com.br/sis/pageflip/id-411/murro_em_ponta_de_faca__07

ATA - REUNIÃO GERAL no Dia 06 de Junho de 2015


Fórum de Artes Negras e Periféricas
Reunião Geral - São Paulo, 06 de Junho de 2015
Local: Ponto de Cultura Afrobase

Grupos, Coletivos, Cias e Artistas presentes:
Back Spin Crew
Cia Treme Terra
Comunidade Cultural Quilombaque
Grupo Cupuaçu
Grupo de Capoeira Cruzeiro do Sul
Grupo Ewé
Cia Brasílica
TF Style Cia de Dança
Linha Cruzada Cia de dança
Núcleo Pé de Zamba
Saloma Sallomão
Thiago Negraxa


Novos membros que assinarão a Carta Aberta:
Núcleo Pé de Zamba
Thiago Negraxa
Grupo Ewé

1º Pauta – Indicação dos membros para compor a futura Comissão Julgadora do 19º Fomento à Dança

Nomes indicados:

Membros escolhidos pelo Fórum:

Celso Alencar
Fernando Ferraz
Kanzelumuka
Carol Rocha Ewaci (Capulanas)
Débora Marçal
Luciane Ramos
Sidinei Santiago (Os Crespos)
Thiago Negraxa
Rui Moreira
Vera Oliveira
Saloma Sallomão
Evandro Passos
Evani Tavares
André Elgênio
Fernando Ferraz (Por conta da viagem do Fernando para o Estados Unidos, decidiu-se em escolher a Débora Marçal da Capulanas para indicação).
Saloma Sallomão
Thiago Negraxa


Critérios para a escolha dos indicados:

Ø  Possuir repertórios sobre a produção de Arte Negra e Periférica dentro da cidade de São Paulo;
Ø  Ter representação/atuação nas escolhas políticas dentro da área de Cultura Negra e Periférica;
Ø  Possuir conhecimento sobre dança (teórico e/ou prático);
Ø  Estar vinculado às discussões e reuniões do Fórum de Artes Negras e Periféricas;
Ø  Ter assinado a carta aberta;
Ø  Não ter relação com nenhum grupo que possa concorrer ao Fomento ou vir a integrar o projeto enviado através de futuros trabalhos;
Ø  Haver uma diversidade nos indicados, ex.: mulheres, acadêmicos e artistas não acadêmicos;

2ª Pauta – Levantamento e sugestões de espaços para o circuito de Orientações via SMC para a escrita do edital de Fomento à Dança em regiões descentralizadas do município de São Paulo.

Sul

Ponto de Cultura Galpão Humbalada (Sul 3)
Espaço Cultural CITA (Sul 2)
Acervo Afro (Sul 1)

Oeste

Ponto de Cultura Afrobase

Leste

Centro Cultural da Penha (Leste 1)
Instituto Nova União da Arte (NUA): (Leste 2)
Centro Cultural Tiradentes (Leste 3)

 

Norte

Centro Cultural da Juventude

Noroeste

Comunidade Cultural Quilombaque

3ª Pauta – Sugestão da criação de um “Seminário de Artes Negras, Periféricas, Urbanas e Populares”


O seminário consistiria em um encontro de grupos, pesquisadores e mestres deste segmento artístico, discutindo suas experiências, propondo vivências artísticas e fazendo apresentações.
O evento resultaria em um registro em vídeo, publicações a respeito das atividades que integram o evento e a edição de um livro.
        Ø  Propor uma reunião com pauta para a organização deste Seminário;


Discussões finais acerca do Movimento e sua atuação

O Fórum de Arte Negra e Periféricas (FANP) compreende-se como um espaço de discussão artística em relação dos fazedores da arte com o âmbito político-estatal. Seu interesse está em buscar ações que alterem o atual panorama das políticas públicas ligadas à cultura no município de São Paulo, bem como em esfera estadual e nacional, visando uma construção compartilhada de leis e planos de governo que contemplem as faixas não assistidas de seus direitos culturais. Todavia, é válido apontar que, neste momento, o Movimento está focado em ações de curto e médio prazo voltadas à linguagem da dança, especificamente o Programa Municipal de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo, com o objetivo de conquistar a DEMOCRATIZAÇÃO e POPULARIZAÇÃO do acesso ao recurso público através do reconhecimento e inclusão dos fazeres artísticos de matrizes Negra, Periférica e Popular.
Em suas reivindicações em curto prazo estão:
Ø  Implementação de processos de orientações para a escrita do edital de Fomento à Dança em regiões descentralizadas do município de São Paulo;
Ø  Diversificação da Comissão Julgadora indicada pela Secretaria Municipal de Cultura, com o objetivo de ampliar a gama de conhecimento dos avaliadores sobre outras técnicas, poéticas, estilos e fazeres da dança de modo realmente democrático; e
Ø  Arranjar estratégias para que os Membros indicados pelo FANP possam compor a Comissão Julgadora.
Em suas reivindicações em longo prazo estão:
Ø  Proposição de emendas à Lei de número 14.071 de Fomento à Dança (PL).